
O meu primeiro amor , sentávamos em uma pedra ,
que havia em um terreno baldio entre as nossas casas…
Falávamos de coisas bobas ,
Isto é,que a gente grande achava bobas.
Como qualquer trocas de confidências entre crianças de cinco anos.
Crianças…
Parecia que entre um e outro nem havia ainda a separação de sexos
A não ser o azul imenso dos olhos dela ,
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais ,
Nem no cachorro e no gato da casa,
Que apenas tinham a mesma fidelidade sem compromisso
E a mesma animal - ou celestial - inocência ,
Por que o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:
Não , não importava as coisas bobas que disséssemos.
Éramos um desejo de estar perto , tão perto
Que não havia alí apenas duas encantadas criaturas .
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra ,
Enquanto a gente grande passava , caçoava , ria-se , não sabia...
Que eles levariam procurando uma coisa assim , por toda a sua vida…
Mário Quintana
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